The mountain Wolf


Entrevista ao Trail Runner Victor Teixeira

11-06-2014 14:04

Nome: Victor Manuel Fonseca Teixeira

Idade: 41

Profissão: Técnico de Contabilidade

Clube: NAST – Núcleo Associativo de Santo Tirso

Localidade: Santo Tirso

 

Olá Victor, quem te conhece bem, sabe que és um homem determinado e que vive muito o desporto, mas para quem não te conhece, podes dar-te a conhecer um pouco melhor começando por nos dizer de que forma é que o Trail surge na tua vida?

Bem, o “Trail“ surge na vida muito cedo, pois desde criança que faço corridas na montanha, nos rios e nos mais variados sítios agrestes da natureza, sou um amante da natureza, mas nunca com esta designação, a palavra “Trail” como a conhecemos hoje em dia, com provas organizadas e grandes eventos, surge através de um amigo chamado Francisco Pedro Capela Pimenta, que me deu a conhecer a vertente competitiva deste tipo de provas em Portugal, nomeadamente no Trail de Sicó do ano de 2011, como o amor pela corrida de montanha é enorme, e a experiência foi muito positiva, daí à próxima prova foi um passo, foi então que conheci o Albino Magalhães (Referência Nacional do trail) e meu conterrâneo, em conversa ele sugeriu a ideia da participação no circuito Axtrail 2011, e foram estas as primeiras experiências no Trail.

 

Sabemos que adoras as duas rodas. Qual o lugar que ocupam neste momento na tua vida?

Bem, tudo o que é desporto eu adoro, mas neste momento dedico o pouco tempo que tenho disponível para treinar entre a bicicleta e a corrida, tentando fazer 2 treinos de ciclismo e 1 ou 2 de corrida semanais, gosto muito de ciclismo e de BTT, daí que tento conciliar as duas modalidades com o Trail.

Em termos de preparação para provas, tens alguma rotina diária? Como é conciliar essa rotina com a vida familiar visto que tens uma filha ainda pequena?

Essa é uma boa questão, desde muito cedo que trabalho e o tempo para treinar sempre foi muito curto, daí que nunca tive, ou cumpri um programa de treinos ou algo do género, sou mais fã, do chamado treino por sensações, dependendo do tempo disponível e da capacidade física no momento. Defino o treino em função das provas seguintes, claro está que por vezes idealizo o treino para o final da tarde e na hora o dever familiar fala mais alto e lá se vai o treino … mas como não tenho objetivos definidos, nem sigo programas à risca é só menos um treino, daí que nunca chego as provas com preparação suficiente, acabando por vezes por pagar a fatura nos dias seguintes, pois quando em competição dou tudo o que tenho e não tenho, conseguindo assim com muito esforço e sofrimento cumprir mais ou menos os objetivos. A família por vezes sofre um pouco, mas tento planear bem as provas na quantidade, porque a família está no lugar mais alto do pódio.      

 

A tua esposa, a Sónia Alves que já foi entrevistada por nós, também começou a praticar Trail. Em que medida é que a auxilias em termos de treino e incentivo?

A Sónia vê o Trail de uma maneira diferente, como eu acho que é mais bonita também, uma vertente lúdica, onde o disfrutar da natureza, o convívio e a camaradagem são o mais importante, claro está que para poder disfrutar desta maneira tem que ter alguma preparação, e aí eu tento sempre incentivar e dar algumas dicas para nos treinos semanais aumentar a sua capacidade física e mental de maneira a que quanto melhor preparada menos irá sofrer, logo maior será a capacidade para poder disfrutar dos fantásticos momentos que o Trail nos proporciona. 

No domingo, dia 16 de Março, participaste na Ultra dos Trilhos do Paleozóico, ficando em terceiro lugar (Geral) e segundo do teu escalão. Qual foi a sensação de estares no pódio ao lado de um grande atleta como o Tòfol Castanyer?

Bem … posso assegurar que foi um enorme sentimento de orgulho e satisfação pessoal poder estar ao lado de um campeão do mundo, é daqueles momentos que a gente vê que o trabalho e o sofrimento por vezes valem a pena, são momentos inesquecíveis que nos levam a acreditar e a querer fazer sempre melhor, sendo a preparação fraca e escassa e o empeno enorme, a compensação supera de longe e leva-nos a querer estar no próximo desafio ainda com mais vontade de sofrer.

 

Para 2014 quais são os teus objetivos? As provas vão ser nacionais ou tens em mente alguma fora do país?

Como disse antes, no início de uma época nunca defino grandes objetivos, acima de tudo quero é poder disfrutar de momentos inesquecíveis, quer seja na bicicleta quer no Trail, sei que se fizesse a aposta numa só modalidade teria mais capacidades de obter resultados ainda mais significativos, “ mas não era a mesma coisa “. Adoro o desporto em geral e por vezes aproveito para fazer outras coisas de que gosto, coisa que não poderia fazer caso tivesse que trabalhar a fundo num desporto só. Mas tento sempre estar bem nos Campeonatos Nacionais de ciclismo, nos vários GrandFondos e nas provas mais emblemáticas e duras do calendário Nacional de Trail, pois o meu lema é:“ Quanto pior melhor “.    

Descreve-nos o Trail em cinco palavras.

NATUREZA … no seu estado puro

 

Víctor Teixeira

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