The mountain Wolf


Trail de Sicó

07-03-2014 10:01

Não me esqueci de escrever a minha crónica no que ao Trail do Sicó diz respeito, mas na semana passada não me foi possível fazê-lo. E dito isto passo ao que interessa…

O Trail do Sicó iria ser o meu terceiro fim-de-semana seguido sempre a competir com distâncias acima dos 25km, o que não é muito “saudável” no que ao corpo diz respeito. Tinha consciência disso mas sensações eram cada vez melhores tanto nas provas como nos treinos. Parti para esta prova confiante das minhas capacidades e do trabalho diário realizado, e tinha mais um aditivo de motivação tanto a Diana como os meus pais iriam estar a assistir.

Mas antes quero deixar aqui um aparte a todas as organizações, quando se exige material obrigatório o mesmo deve ser conferido tanto na partida como na chegada, não podemos olhar para as costas de um atleta e com uns olhos de raio-x conseguir ver que ali está tudo. Se não conferem então não digam que é obrigatório. Ainda este fim-de-semana se viu uma organização a fazer o que está correto um atleta não levava com ele uma simples manta de sobrevivência e foi desclassificado de imediato, sendo ele simplesmente o vencedor da prova. Se o material é dito obrigatório vamos fazer dele obrigatório.

Saí de noite ainda rumo a Condeixa, a viagem foi tranquila e animada. Meia hora antes da partida já me encontrava com os meus companheiros de guerra da Viana Trail (fantásticos). Mais minuto menos minuto e foi dado o tiro de partida. Desenfreadamente e de passo rápido o pelotão engoliu as ruas de Condeixa. Há atletas que tentam esticar na cabeça mas mantenho-me calmo e inserido num grupo que me dava alguma estabilidade. Conimbriga esse local com muita história aparece por entre oliveiras, pouco após a passagem da ponte e primeira ligeira subida, já o grupo da frente se encontra reduzido a cerca de 5 atletas. Após o primeiro abastecimento iniciamos uma longa subida até a um marco geodésico, já só com a companhia do Hélder, mas logo atrás seguiam dois bravos AC Portalegre.

(fotografia de Paulo Amaral)

Os km’s foram passando e as minhas sensações eram boas, estava concentrado em cada passada, a hidratar-me e alimentar-me segundo o aconselhamento do Eduardo Merino (a barra e os géis eram excelentes). Por volta dos 25km observei a tão dura subida que tanto se falava, aproveitei e ingeri algumas pedrinhas de sal. Estava no equador da prova e o ritmo corrido até ali tinha sido bastante bom, e o sal faria falta mais à frente. Senti-me bem fisicamente e com bastante disposição física nas subidas, e notava que o meu parceiro estava a ceder um pouco.

A corrida na companhia do Hélder estava a ser excelente, ele é um atleta de ritmo muito certinho e bem vivo. Contudo por volta do km33 o azar bateu-me à porta numa descida. Sob pedras soltas torci um pé, uma forte dor atingiu a lateral da perna como lacerando o músculo e sempre que tentava retomar a corrida uma aguda dor fazia com que perdesse a força. Para mim a prova terminou ali…

Uso tapes (uns adesivos que me protegem das entorses) em todas as provas para evitar estas mesmas lesões, e neste dia não coloquei no pé direito porque não tinha suficiente em casa.

O resto da semana foi passada de “molho” e a recuperar às mãos do Dr. Eduardo Merino (excelente profissional e um inestimável amigo). Com a sua ajuda consegui hoje já calçar as sapatilhas e sair para treinar.

Agora de sorriso na cara e por vezes com os dentes serrados tenho que reaver os dias em que não pude treinar.

 

Albino Magalhães

—————

Voltar